O papel do Pensamento Crítico na era da desinformação

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Lupa analisando arquivos da internet
Em tempos de excesso de informação, como identificar a verdade? Neste artigo, exploramos como a mente humana é vulnerável à desinformação, as diversas formas que ela assume na era digital e o seu impacto na sociedade. Argumentamos que a educação e o pensamento crítico são as melhores armas para combater esse problema, formando cidadãos preparados para os desafios de um mundo repleto de dados conflitantes. Ao longo do texto, você encontrará insights sobre vieses cognitivos, o poder das redes sociais e o papel da ciência para promover o discernimento. Pronto para esta reflexão sobre verdade e "fake news"?

Tabela de Conteúdo

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Introdução

Em um mundo hiperconectado, onde qualquer informação está a alguns cliques de distância, a era da desinformação se tornou uma realidade preocupante. Qual é o papel do pensamento crítico, então?

As famigeradas “fake news” inundam nossas timelines, tornando cada vez mais difícil separar os fatos da ficção. Mas não precisa ser assim! A educação e o pensamento crítico podem nos ajudar nessa jornada.

Pronto para “navegar nas águas turbulentas” do pensamento crítico e da desinformação? Vem comigo.

Nossa mente, uma máquina poderosa, porém falível

Nosso cérebro é uma máquina incrível de processamento de informações. Porém, apesar de toda essa potência, ele também é passível de erros.

Nossas crenças pessoais, experiências passadas e até mesmo nosso humor influenciam na forma como interpretamos os fatos. Isso pode nos levar a acreditar em informações falsas que confirmam nossas visões pré-existentes.

É por isso que devemos estar sempre dispostos a rever nossos conceitos quando confrontados com novas evidências.

A influência dos vieses cognitivos

Os “vieses” cognitivos são padrões de desvio do julgamento normal, que levam à percepção “enviesada” das coisas, e que pode ser distorcida da realidade. Eles atuam como filtros mentais, influenciando a maneira como interpretamos e reagimos às informações.

O que aprendemos estudando estes padrões, é que muitas vezes buscamos informações que confirmam nossas crenças preexistentes, ignorando aquelas novas que as contrariam.

Esse comportamento pode nos levar a uma visão estreita e polarizada do mundo, o que facilita (muito) uma notícia a ser espalhada (seja ela verdadeira ou não).

A falácia do jogador

Já ouviu falar da “falácia do jogador”? É a crença incorreta de que eventos futuros em sequências aleatórias serão influenciados por eventos anteriores.

Por exemplo, suponha que você tenha jogado uma moeda sem defeitos 5 vezes para cima. Em todas as 5 vezes, o resultado foi “coroa”. A “falácia do jogador” é afirmar que após essa série de “coroas”, o próximo resultado “precisa ser cara!”, de forma a equilibrar essa probabilidade e fazer o que muitos chamam de “retorno à média” (o que não é científico).

“Se ninguém apareceu para desmentir essa informação, então ela só pode ser verdade”, não é mesmo? – obviamente, nem sempre. E é aí que mora o perigo da crença sem pesquisas. É aí que o “efeito manada” consegue proliferar.

Tudo parece apontar para uma pesquisa, informação e ciência, não é verdade? Veremos que esta é, sim, a proposta de autores sobre o tema. Mas calma, colega leitor, chegaremos lá.

Por enquanto, aproveite para tomar um gole de café e esticar as pernas. Essa leitura é para ser prazerosa, e não estressante. Combinado?

As armadilhas da Desinformação

Olho verde em foco

A desinformação não se limita apenas a notícias falsas. Ela se manifesta de várias formas, como omissões, doxxing e má-informação.

Essas táticas, muitas vezes, são construídas com técnicas de falácias lógicas comumente usadas por negacionistas da ciência, ou jornalistas mal intencionados, ou políticos corruptos (quem diria, não é mesmo?)

As “fake news” são apenas uma das faces da desinformação. Ela também pode vir na forma de dados tirados de contexto, deepfakes (vídeos falsos hiper-realistas) ou outras técnicas super tecnológicas, teorias conspiratórias sem fundamentação ou até mesmo boatos com fins políticos.

E as redes sociais potencializaram esse problema. Seu alcance global e ausência de checagem prévia permitem que informações falsas se espalhem como fogo em palha.

Redes sociais: amplificadores de desinformação?

As redes sociais, com sua natureza viral e algoritmos que favorecem conteúdo sensacionalista, tornaram-se terreno fértil para a propagação de desinformação.

A facilidade de compartilhamento e a falta de verificação de fatos potencializam a disseminação de “fakenews”, atingindo milhões em questão de minutos.

Elas foram pensadas para ser “exatamente” dessa forma? Difícil dizer. Quem afirma isso, ou é colega de infância do Zuckeberg ou do Elon Musk, ou só quer passar como entendido mesmo. Desconfie de quem faz afirmações sensacionalistas.

Entretanto, a verdade é que são, de fato, muito utilizadas para estes fins e por isso é preciso tomar um cuidado especial com elas.

A influência da desinformação na sociedade

Jornalista estudando desinformação

A pressão social e o medo da perda da identidade pessoal podem levar à adesão à desinformação. Em uma era onde a identidade online é tão valorizada, muitos são levados a acreditar e compartilhar informações sem verificar sua veracidade.

Soa bem ser o “primeiro” a comentar aquele assunto, não é verdade? Dá likes. Gera engajamento. O assunto do momento é sempre o mais buscado pelos geradores de desinformação.

Embora muitos espalhem essas notícias falsas de forma inocente, é importante destacar que seu início provavelmente foi doloso. Isso é preocupante e move as pessoas a compartilhar aquela notícia. 

A não muito tempo diversos efeitos sobre propagações mentirosas puderam ser observados sobre a pandemia do Covid-19. Ainda hoje, acreditem, é debatida a forma do planeta terra (se esférico, se “plano” etc.).

Tais notícias, compartilhadas a esmo, aderem um público que está ávido por ser diferente. E isso é preocupante, em especial, quando afeta quem tem menos capacidade cognitiva para compreender a notícia: as crianças e os jovens, em geral.

A influência em crianças e jovens

Crianças e jovens adolescentes, em estágios iniciais de aprendizagem e cognição, são particularmente vulneráveis à desinformação.

A falta de experiência e discernimento pode levá-los a aceitar informações falsas como verdadeiras, moldando suas visões de mundo.

Seus professores e ídolos do esporte, música ou cinema, por exemplo, são “nortes” que normalmente os guiam e guiam suas ações. Uma afirmação equivocada por um destes profissionais pode desencadear em diversas atitudes perigosas.

Sua influência em pessoas com necessidades urgentes

Pessoas em situações de desespero, buscando emprego ou enfrentando problemas financeiros, podem ser mais suscetíveis a promessas falsas e informações enganosas. A desinformação pode explorar suas vulnerabilidades, levando a decisões prejudiciais.

Este pode ser particularmente uma região fértil para quem comete crimes de estelionato. Pessoas vulneráveis tendem a “apostar mais” as suas fichas. Elas podem ser mais facilmente enganadas, ao se depararem com um futuro próspero e fácil.

A influência da desinformação, de forma geral

A desinformação afeta a sociedade como um todo, corroendo a confiança nas instituições, alimentando divisões e polarizações e prejudicando a tomada de decisões informadas.

Não importa se você está desesperado financeiramente, é pai ou mãe de criança ou é um adolescente. Se você está lendo este texto, provavelmente já leu notícias falsas sendo divulgadas por quem deveria apurá-las antes de mais nada. Talvez esta seja a sua função daqui pra frente. Concorda?

Pensamento crítico-reflexivo: nossa linha de defesa

Menina no computador com cara de desconfiada, representando o pensamento crítico

É aqui que pode estar a nossa resposta para toda a desinformação: o desenvolvimento do pensamento crítico e reflexivo.

A competência crítica em informação incentiva a prudência de pensamento e a honestidade intelectual, permitindo que o indivíduo avalie as informações que recebe diariamente.

Antes de crer, devemos buscar. Essa é a regra de ouro. Entretanto, acreditar no que o influenciador diz é muito mais fácil do que pesquisar várias linhas de raciocínio, não é mesmo?

O antídoto está na educação e no pensamento crítico

A boa notícia é que temos as ferramentas para combater a desinformação e para estimular que pessoas venham a se importar com as linhas argumentativas distintas, com a pesquisa etc.: a educação.

Quando ensinamos nossos jovens a checar fontes, cruzar dados e sempre manter uma mente aberta, os preparamos para tomar decisões bem informadas.

Incentivar a curiosidade, o ceticismo saudável e a constante revisão de conceitos deve ser prioridade nas escolas e universidades. Pois assim formaremos cidadãos capazes de contribuir para uma sociedade mais justa e consciente.

Apesar dos novos desafios trazidos pela era digital, a educação continua sendo a grande esperança para um futuro mais crítico, plural e verdadeiro.

Conclusão

Na era da desinformação, é imperativo que cada um de nós desenvolva e aprimore nosso pensamento crítico.

Com a ajuda da ciência e da educação, podemos aprender a discernir a verdade e garantir que nossa sociedade esteja bem informada e preparada para os desafios do futuro.

Curtiu este post? Você pode ler mais a respeito nos estudos abaixo. Para mais conteúdo como esse, assine nossa newsletter ao final desta página, ou siga-nos nas redes sociais! Até a próxima.

  • MELLO, Felipe Correa Oliveira de. O Pensamento crítico-reflexivo como defesa na era da desinformação. Dissertação de Mestrado. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO – UFRJ, ESCOLA DE COMUNICAÇÃO – ECO, INSTITUTO BRASILEIRO DE INFORMAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA – IBICT, PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO – PPGCI, Fevereiro de 2021. Link para o PDF.
  • BRITES, Maria José; AMARAL, Inês; CATARINO, Fernando. A era das “fake news”: o digital storytelling como promotor do pensamento crítico. Journal of Digital Media & Interaction, v. 1, n. 1, p. 85-98, 2018. Disponível em: Link para o PDF.

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