7 pandemias históricas que podem cair nas provas

Introdução

O surto de coronavírus causou grandes estragos e mudou a realidade de muita gente. Mas você sabia que ele não foi o primeiro a impactar o mundo? Descubra agora tudo o que você precisa saber sobre 7 pandemias históricas.

No ano passado, o Covid-19 atingiu a vida de milhares de pessoas – e um dos países que mais sentiu esse peso foi o Brasil.

Ainda hoje, mesmo com nações como Estados Unidos e Reino Unido voltando à vida normal, o país do samba e futebol ainda não pode retornar às atividades em segurança: são mais de 500 mil mortos pelo vírus.

Com o assunto ainda em alta e não tendo sido pedido no Enem do ano passado, a possibilidade de ser cobrado esse ano em vestibulares adeptos às atualidades como o próprio Enem é enorme!

E as chances aumentam quando lembramos da afinidade das provas com a interdisciplinaridade e abordagens de tópicos contemporâneos.

Por isso, em uma comunhão da história com as atualidades, vamos explicar para você tudo o que precisa saber sobre as 7 pandemias históricas que já abalaram as estruturas do mundo em outros tempos.

Ao final desse post, você também terá acesso à questões sobre as pandemias históricas. Assim, poderá ter uma noção de como o tema cai no vestibular.

Além de tudo isso, você sabia que existem vários ótimos filmes para aprender história? Assim sendo, ao longo do texto, deixamos uma indicação de obra para cada uma das pandemias históricas.

Assim você fica por dentro de tudo o que aconteceu e ainda aumenta o seu repertório para a hora da redação!

Pandemias Históricas 

#1 Peste Bubônica 

A peste bubônica surgiu na Idade Média e se arrastou ao longo dos anos 1346 a 1353. A doença era passada a partir do contato com pulgas e roedores infectados, e se disseminou rapidamente pelo mundo devido às precárias condições sanitárias da época.

Os sintomas da peste bubônica ou peste negra envolviam febre, dores de cabeça, calafrios, dores musculares e inchaço dos gânglios da virilha, axilas e pescoço.

Na década de 1350, a doença diminuiu, mas houveram outros surtos ao longo do tempo: em 1379–1383, 1389–1393 e na primeira metade do século XV.

Atualmente, graças ao avanço das áreas da saúde (backlink cursos área da saúde), a peste pode ser tratada com antibióticos. No entanto, ainda é uma das mais lembradas quando o assunto é pandemias históricas, uma vez que esta reduziu em ⅓ a população europeia.

Número de mortos: 75 a 200 milhões

Transmissor: bactéria Yersinia pestis

Obra para entender a doença: A peste negra na Idade Média (History Channel), documentário. Você pode assistí-lo aqui: https://www.youtube.com/watch?v=L2-HoovP-Dk ou aqui https://www.youtube.com/watch?v=g4Hw3DYyE3w caso queira treinar o seu inglês para alcançar a fluência mais rápido.

O Triunfo da Morte, de Pieter Bruegel, pintura.

 #2 Varíola 

Você certamente já viu alguma imagem de pacientes com varíola – aqueles com erupções na pele que se espalham primeiro pelo rosto e, depois, mãos, braços e troncos, como o da foto ao lado. Além desse característico sintoma, o infectado apresenta sinais semelhantes aos da gripe.

A varíola foi uma das pandemias históricas que assolou o mundo durante muito tempo: estima-se que foram quase 5 mil anos até ser erradicada, em 1980, após campanhas de vacinação em massa. Recente, não?

Apenas no século XX, cerca de 300 milhões de pessoas morreram em decorrência da doença. Para mais, a varíola não poupou ninguém: personalidades como o Rei Luís XV da França e o químico Charles Du Fay foram algumas das vítimas.

Número de mortos: entre 300 milhões e 500 milhões

Transmissor: vírus Orthopoxvirus variolae

Obra para entender a doença: Varíola Vera (Goran Marković), filme

#3 Cólera

A cólera ocorre através do consumo de água ou alimentos contaminados. Com isso, está presente de forma mais intensa em países menos desenvolvidos. A título de exemplo, nos últimos anos, a bactéria matou milhares de pessoas no Haiti.

Como o causador sofre mutações de tempos em tempos, novos surtos de cólera ocorrem ocasionalmente. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 28 mil a 142 mil pessoas morram da doença a cada ano. 

Número de mortos: Como é uma doença ainda não erradicada, os dados totais são imprecisos. Durante as pandemias históricas da cólera entre 1832 e 1849, 150 mil pessoas teriam morrido nos Estados Unidos, e 200 mil no México.

Já no Brasil, nos anos de 1855 e 1856, apenas no Rio Grande do Sul, foram cerca de 4 mil vidas perdidas para a cólera.

Transmissor: bactéria Vibrio cholerae 

Obra para entender a doença: Amor nos Tempos de Cólera (Gabriel García Marquéz), livro.

#4 Gripe Espanhola 

Outra entre as pandemias históricas que é muito lembrada é a gripe espanhola, que ocorreu de 1918 a 1920. A doença apresentava sintomas bem parecidos aos da covid-19 e infectou ¼  da população mundial, incluindo o presidente do Brasil na época, Rodrigues Alves – que veio a falecer, passando o cargo para seu vice, Delfim Moreira.

Ao contrário do que o nome sugere, a gripe espanhola não tem nada a ver com o país europeu. Pelo contrário, apesar de imigrantes europeus terem trazido a doença para países como o Brasil, as suspeitas da origem do vírus são Estados Unidos ou China.

O nome gripe espanhola foi dado porque, em plena Primeira Guerra Mundial, a Espanha foi o primeiro país a quebrar o tabu e falar abertamente sobre a pandemia e o vírus mortal que assolava o globo.

As medidas adotadas também foram semelhantes às de outras pandemias históricas: isolamento, uso de máscaras e quarentena.

A diferença é que, na época, o sistema de saúde colapsou devido à alta demanda de infectados. Além disso, não existiam antibióticos, logo pacientes mais graves desenvolviam infecções e ocorria piora de quadro.

Os medicamentos indicados eram gargarejo, quinino e aspirina. Tudo isso enquanto uma guerra mundial acontecia. Um caos!

 Número de mortos: 50 milhões

Transmissor: variante do vírus influenza

Obra para entender a doença: Autorretrato após a Gripe Espanhola (Edvard Munch), pintura.

#5 Tifo 

Aqui, novamente, as condições sanitárias precárias da época tiveram importante papel para a disseminação da doença, resultando em várias epidemias ao longo dos anos, principalmente em guerras e prisões.

Também contemporâneo à Primeira Guerra Mundial, um dos surtos de tifo mais memoráveis aconteceu entre 1918 e 1922 e, apesar da bactéria transmissora ser diferente, tinha contágio parecido com o da peste – através de pulgas e piolhos contaminados.

Uma das vítimas mais famosas do tifo foi Anne Frank. A jovem morreu da doença enquanto estava no campo de concentração nazista Bergen-Belsen, em 1945.

Número de mortos: 3 milhões após a 1ª Guerra Mundial

Transmissor: bactéria Rickettsia prowazekii

Obra para entender a doença: O Diário de Anne Frank (Anne Frank), livro.

#6 Aids ou HIV 

A aids (Acqured Immune Deficiency Syndrome) surgiu nos anos 1980 e tomou espaço entre as pandemias históricas por conta de sua escala de propagação. Estima-se que só no ano de 1995, 50 mil pessoas tenham morrido nos EUA por conta da doença.

Já nos primeiros anos de seu aparecimento, graças à evolução tecnológica, os cientistas descobriram que seu causador era o vírus da imunodeficiência humana, o HIV.

Seguidamente, foi percebido que a enfermidade era transmitida através de fluídos corporais, como o sangue ou o sêmen – ou seja, através de relações sexuais sem proteção, agulhas compartilhadas, transfusão de sangue.

Apesar de o tabu ter persistido por anos, a aids não possui qualquer relação com a comunidade LGBT, podendo ser transmitida até mesmo de mãe para filho durante a gravidez.

Várias personalidades foram vítimas do HIV, entre elas o eterno vocalista da banda Queen, Freddie Mercury, o também cantor Renato Russo e o cartunista Henfil.

Infelizmente, a aids não possui cura. No entanto, existem tratamentos que diminuem os efeitos da doença ao passo que controlam sua multiplicação.

Número de mortos: 32 milhões

Transmissor: vírus da imunodeficiência humana (HIV)

Obra para entender a doença: Filadélfia (Jonathan Demme), filme.

#7 Gripe Suína 

Sendo a primeira pandemia do século XXI, a gripe suína ou H1N1 surgiu em meados de 2009, no México. O nome se deu pois os primeiros infectados com o vírus foram os porcos.

O contágio é bem parecido com o do covid-19: gotículas respiratórias transmitidas pelo ar ou superfícies contaminadas. Os sintomas são os de uma gripe comum.

Atualmente, a H1N1 possui vacinas para a sua prevenção, o que possibilitou que, já em 2010, a OMS anunciasse o fim da pandemia da gripe suína.

Número de mortos: 16 mil

Transmissor: vírus influenza

Obra para entender a doença: Por que os vírus matam? (BBC), documentário.

Questões de vestibular sobre pandemias históricas 

Agora você já sabe tudo o que precisa sobre as doenças pandêmicas semelhantes ao covid-19.

No ano passado, o Enem não cobrou perguntas relacionadas ao tema, o que deixou muitos estudiosos da prova com um ponto de interrogação na cabeça e esperando uma abordagem, mesmo que indireta, nas provas seguintes.

Todavia, outros vestibulares pelo Brasil cobraram a doença de diferentes formas. Além disso, a temática pandemias históricas é ocasionalmente trazida de volta ao foco nas provas, como aconteceu em 2009 com a gripe suína.

Vejamos agora algumas questões para treinar:

1. ENEM, 2009

Os principais recursos utilizados para envolvimento e adesão do leitor à campanha institucional incluem

1. o emprego de enumeração de itens e apresentação de títulos expressivos.
2. o uso de orações subordinadas condicionais e temporais.
3. o emprego de pronomes como “você” e “sua” e o uso do imperativo.
4. a construção de figuras metafóricas e o uso de repetição.
5. o fornecimento de número de telefone gratuito para contato.

2. UFSC, 2014

No outono de 1347, a frota genovesa regressou à Itália levando nos porões não somente especiarias da Índia mas também os ratos negros da Ásia, portadores da Peste Negra.

Cerca de quatro quintos da população de Florença morreria durante os 12 meses seguintes, despovoando a cidade de tal maneira que foi preciso importar escravos tártaros e circassianos para minorar a escassez de mão de obra […].

KING, Ross. O domo de Brunelleschi. São Paulo: Record, 2013. p. 17.

A Peste Negra, também conhecida como Peste Bubônica, é uma das muitas doenças causadas pela ação de bactérias, especificamente a bactéria Yersinia pestis.

Analise as proposições abaixo e indique a soma da(s) CORRETA(S).

1. A Yersinia pestis também é o agente causador de doenças como a gonorreia e a sífilis.

2. A transmissão da Peste Negra aos humanos ocorre pela picada de pulgas infectadas com a bactéria Yersinia pestis

4. O controle da Peste Negra na Idade Média só foi possível com o uso de antibióticos.

8. A Peste Negra, com certeza, foi uma pandemia que assolou a humanidade na Idade Média.

16. Nos tempos atuais, devido ao uso de antibióticos, não são mais registrados casos de Peste Negra.

32. O escorbuto, doença comum nos tempos das grandes navegações, era causado por uma bactéria encontrada na água contaminada dos barcos que navegavam por meses em viagens transatlânticas.

3. FUVEST, 2020

Afirmo, portanto, que tínhamos atingido já o ano bem farto da Encarnação do Filho de Deus, de 1348, quando, na mui excelsa cidade de Florença, (…) sobreveio a mortífera pestilência. (…) apareciam no começo, tanto em homens como nas mulheres, ou na virilha ou na axila, algumas inchações (…) chamava‐as o populacho de bubões (…).

Giovanni Boccaccio, Decamerão.

A respeito da Peste Negra do século XIV, é correto afirmar:

a) Provocou gravíssima queda demográfica, que afetou grande parte da produção econômica europeia.

b) Originou‐se no Oriente, penetrou no continente europeu pelos portos e manteve‐se restrita à Península Itálica.

c) Foi provocada pela fome e pela desnutrição dos camponeses e favoreceu o processo de centralização política.

d) Foi contida pelo caráter de subsistência da economia europeia, que dificultava o contato humano e, assim, o contágio.

e) Estimulou as investidas contra os territórios muçulmanos no movimento conhecido como Segunda Cruzada.

 4. UFRGS, 2012

Em 1918, ocorreu no Brasil uma grande mortalidade entre a população do país, ocasionada pela epidemia de “gripe espanhola”. A respeito desse surto epidêmico, considere as afirmações abaixo.

I. A doença chegou ao Brasil com o afluxo de imigrantes vindos da Europa.

II. O cotidiano dos brasileiros foi profundamente alterado, com o fechamento de locais públicos e a proibição de reuniões noturnas.

III. Rodrigues Alves eleito à Presidência da República em 1918, não pode tomar posse a 15 de novembro por estar acometido da “gripe espanhola”

Quais estão corretas?

a) Apenas I.

b) Apenas II.

c) Apenas I e III.

d) Apenas II e III.

e) I, II e III.

5. UNICAMP, 2021

O aumento dos casos da Covid-19 provocou a escassez de álcool etílico em gel no comércio, o que fez a população buscar outros tipos de álcool para se prevenir.

No entanto, as opções de álcool disponíveis não eram eficazes. O recomendado é o álcool 70º INPM (% massa/massa). As opções de álcool disponíveis comercialmente à época da escassez aparecem na tabela abaixo.

Para produzir álcool 70º INPM a partir dos outros tipos disponíveis comercialmente, uma opção possível seria misturar

1. álcool de limpeza com álcool hidratado, utilizando maior quantidade de álcool para limpeza.
2. álcool combustível com álcool absoluto, utilizando maior quantidade de álcool combustível.
3. álcool absoluto com álcool hidratado, utilizando maior quantidade de álcool absoluto.
4. álcool para limpeza com álcool hidratado, utilizando maior quantidade de álcool hidratado.

6. UNICAMP, 2021

A partícula viral do novo coronavírus (SARS-CoV-2), conhecida como vírion,  é constituída por poucas proteínas, uma fita de RNA e um envelope derivado de estruturas celulares, como membrana plasmática e organelas.

A Organização Mundial da Saúde recomenda hábitos de higiene para prevenção da contaminação ao SARS-CoV-2, incluindo lavar com frequência as mãos com água e sabão.

(Adaptado de http://www.bbc.com/portuguese/geral-52096406. Acessado em 25/07/2020.)

Considerando seus conhecimentos sobre o vírus, assinale a alternativa que justifica a recomendação apresentada no texto.

1. As poucas proteínas que compõem o nucleocapsídeo são diluídas em contato com sabão e água, na qual existe pouca tensão superficial e, portanto, a partícula viral não é capaz de infectar a célula humana.
2. O envelope viral é formado por lipídios, moléculas anfipáticas que em contato com o sabão e água (moléculas apolar e polar respectivamente), têm sua estrutura rompida, inativando assim a partícula viral.
3. A fita de RNA é formada por nucleotídeos que contêm ribose, açúcar e fosfato e, em contato com sabão e água, têm sua capacidade de integração ao DNA da célula humana bloqueada.
4. As organelas, constituídas por lipídios, carboidratos e proteínas, em contato com sabão e água, são divididas e perdem a capacidade de produzir moléculas essenciais ao metabolismo viral.

7. UNICAMP, 2021

Proposta de redação:

Você se encontra em uma situação de vulnerabilidade socioeconômica que o deixa mais exposto à infecção pelo vírus da Covid-19 e se sente indignado/a com a negligência do Estado, que não adota medidas sérias e eficazes para evitar que você e outros/as trabalhadores/as corram esse risco.

Em um ato de resistência psíquica e política, você decide escrever um diário para registrar o seu testemunho dos acontecimentos extraordinários da pandemia da Covid-19 para que as gerações futuras possam entender como as decisões políticas de um dado momento são determinantes para a história da humanidade.

Escreva um texto de entrada para o seu diário, no qual você deve a) narrar um episódio em que você corre o risco de contrair a Covid-19 em razão de seu trabalho e; b) denunciar, a partir desse episódio, a necropolítica como forma de organização de um Estado negligente em relação à saúde dos mais vulneráveis.

Lembre-se de que seu diário servirá de testemunho para que seus descendentes tomem conhecimento do exercício da necropolítica que marcou a pandemia da Covid-19. Para escrever seu texto, leve em conta a coletânea apresentada a seguir.

 Gabaritos das questões sobre pandemias históricas

1. C
2. 2 + 8 = 10
3. A
4. E
5. D
6. B