Redação dissertativa argumentativa: dicas, estratégias e mais de 15 redações nota máxima

Introdução

O que fazer na introdução? Quais são as melhores e piores práticas? O que você precisa evitar? Saia já do básico e aprenda como estruturar a redação dissertativa argumentativa perfeita.

Listamos aqui, ao final do post, 7 dicas bônus incríveis pra você dominar esse assunto.

Você pode também baixar nosso e-book com mais de 15 redações dissertativas, análises e temas de diferentes vestibulares clicando no botão aí em baixo.

A redação dissertativa argumentativa é um dos vários modos textuais e é extremamente popular entre os vestibulandos e concurseiros por ser frequentemente cobrada nas provas, dentre elas o ENEM.

A proposta desse tipo de texto consiste na defesa de uma ideia central a partir de um tema estabelecido, visando avaliar as capacidades de argumentação, coesão e escrita do aluno.

Normalmente a pontuação que pode ser alcançada na redação representa uma grande parcela da nota final dos exames. No ENEM, por exemplo, ela equivale a 1.000 pontos, ⅕ de toda a prova.

Por esse motivo, é essencial não se contentar em saber o mínimo e trabalhar para virar um especialista em estruturar uma boa dissertação.

Também iremos apresentar, ao longo do texto, o que não deve ser feito e outras questões sobre os erros mais comuns na redação. Pronto para ficar expert em um dos assuntos mais importantes do Enem? Bora!

Como funciona a redação do Enem?

A redação do Enem é avaliada por uma banca de correção, que avalia a competência do candidato em cinco aspectos: domínio da língua portuguesa, compreensão do tema proposto, construção de uma argumentação coerente, o uso de informações de fontes diversas e a proposta de uma solução para o problema apresentado.

A nota varia de 0 a 1000 pontos e pode ser um fator decisivo na classificação dos candidatos.

A dissertação precisa ter até 30 linhas sobre um tema definido (mas fique atento: este texto foi atualizado em setembro/2023. Confira se no momento que você o leu, as regras continuam as mesmas! Um local confiável para você verificar isso é o próprio site do MEC).

Ela analisa a capacidade do candidato de se expressar de forma coerente e criativa. Por isso, dominar a escrita argumentativa é essencial para se destacar.

Por que a redação dissertativa argumentativa é importante?

Bem, primeiramente ela será necessária para que você consiga entrar em seu curso superior e isso por si só já deveria ser um motivo bom o suficiente, não é mesmo? Mas além disso, a redação é importante porque demonstra sua capacidade em expressar suas ideias de forma clara e organizada.

A análise de temas relevantes relacionados à atualidade exige que os candidatos estejam atualizados com o que ocorre no mundo. Portanto, dominar a escrita de uma dissertação é fundamental para o sucesso no Enem e em outras provas que exigem esse tipo de habilidade.

Para obter uma pontuação alta, é necessário preparação e estudo. À medida que o exame se aproxima, é fundamental acompanhar as notícias e familiarizar-se com as redações anteriores. No próximo capítulo, veremos como se preparar adequadamente para o exame.

Como se preparar para a dissertação?

Antes de mais nada, não fique nervoso(a), caro colega que nos lê. A redação do Enem é, sem dúvidas, um dos momentos mais importantes e esperados para o pré-vestibulando, mas pode ser o seu momento, se você estiver realmente preparado(a) para ela.

Para se sair bem nessa etapa, é preciso estar bem preparado e ter um bom domínio da escrita e da argumentação.

Familiarizar-se com as redações anteriores é uma forma muito útil de se preparar para o Enem. Isso porque a banca avaliadora sempre busca temas atuais e relevantes e a análise dos temas anteriores pode ajudar a entender as possíveis tendências e abordagens.

Outro ponto importante é manter sempre alguns exemplos em mente. Algumas citações “coringas” podem ajudar na elaboração do seu texto.

Outra forma de se preparar é acompanhando as notícias, tanto nacionais quanto internacionais.

A atualidade é um dos principais critérios de avaliação da redação do Enem, e estar atualizado sobre os principais acontecimentos pode ser determinante para escrever uma boa redação (aliás, uma dica: compareça periodicamente ao blog da Elune!

Nós estamos atualizando você (quase) todos os dias sobre o que de mais importante acontece no mundo acadêmico).

Além disso, é muito importante ler e escrever com frequência. A prática da leitura e da escrita não só ajuda a aprimorar a linguagem e a argumentação, mas também colabora para a construção de um repertório de ideias e referências.

No entanto, é preciso ter em mente que não há fórmulas mágicas para escrever uma boa redação. Cada estudante deve encontrar a sua própria forma de se preparar, respeitando o seu ritmo e estilo.

O importante é estar sempre estudando, acompanhando as notícias e refletindo sobre as problemáticas sociais.

Lembre-se também que a redação é apenas uma parte do Enem, e que a nota final é composta por outras áreas do conhecimento. Portanto, é importante não negligenciar os outros conteúdos e se dedicar de forma equilibrada às diferentes áreas.

Enfim. É fundamental manter a calma e a confiança na hora da prova e quanto mais preparado você estiver, mais confiante estará.

Mantenha-se tranquilo, leia atentamente o tema proposto, planeje a sua escrita e desenvolva os argumentos de forma consistente e criativa. Com essas dicas, você estará preparado para arrasar na redação do Enem!

Temas de redações anteriores

Conforme mencionamos no texto, estar atento aos temas anteriores é importante na sua preparação. Vamos então dar uma analisada nos últimos 10 anos!

Retrospectiva dos últimos 10 temas do Enem

A redação do Enem exige do aluno uma habilidade específica: a de síntese. Afinal, dentro de um tempo determinado, é preciso apresentar um pensamento crítico sobre um tema dado, com referências em fontes diversas, sem deixar de lado a norma-padrão da língua portuguesa (ou “norma culta”).

Por isso, os temas das redações são sempre muito interessantes e atuais. E estudá-los permite que você se atualize sobre os assuntos em destaque na sociedade, além de desenvolver sua capacidade de produzir um texto consistente e bem fundamentado.

A banca avaliadora, por sua vez, busca coerência na estrutura textual, a argumentação bem desenvolvida e coesa, o vocabulário adequado e, principalmente, o conhecimento em relação ao tema proposto.

Nos últimos anos, a banca do Enem abordou temas que estavam em alta na mídia e que fizeram a diferença no cotidiano de muitas pessoas.

Com isso, avaliou-se a capacidade do aluno em sintetizar diversas ideias e apresentar soluções viáveis para problemas reais. Analisando os temas das edições passadas, é possível ter uma ideia do que pode ser cobrado em 2023.

Além disso, é interessante verificar em redações bem-sucedidas os caminhos que foram seguidos pelos autores para que, assim, você possa adaptar as suas próprias ideias. Partiu agora recapitular os últimos 10 temas da redação do Enem e analisar cada um deles!

1. Efeitos da implantação da Lei Seca no Brasil (2013)

Em 2013 os candidatos foram desafiados a analisar as consequências da adoção da Lei Seca, que proibia o consumo de bebidas alcoólicas por motoristas.

Boas redações incluíram discussões sobre os impactos positivos, como a redução de acidentes de trânsito relacionados ao álcool, bem como possíveis desafios, como a fiscalização eficaz e a conscientização pública.

Embora fosse um tema recente à época, dados estatísticos já estavam disponíveis em ambiente digital, bem como experiências de outros países e as implicações para o comportamento dos condutores.

Os candidatos também puderam considerar a eficácia da Lei Seca como uma medida de prevenção da embriaguez ao volante e suas implicações na cultura do consumo de álcool no Brasil.

2. Publicidade infantil em questão no Brasil (2014)

No ano seguinte o tema “Publicidade Infantil em Questão no Brasil”, abordou a influência da publicidade direcionada às crianças e os impactos disso em seu desenvolvimento, comportamento de consumo e bem-estar.

Neste caso, espera-se que os participantes abordem questões relacionadas à ética na publicidade infantil, à saúde mental das crianças, ao excesso de consumo de produtos, à obesidade infantil e à formação de hábitos desde a infância.

Os candidatos mais atentos puderam considerar a necessidade de regulamentações mais rigorosas e estratégias educacionais para proteger os direitos das crianças e garantir um ambiente publicitário que promova valores positivos e saudáveis.

Além disso, foi importante explorar exemplos, pesquisas científicas e as experiências de outros países que lidam com a publicidade voltada para crianças.

3. A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira (2015)

Em 2015 os candidatos foram desafiados a examinar profundamente as raízes, as causas e as manifestações contínuas da violência de gênero no Brasil, bem como a importância das políticas públicas e da conscientização social na busca por soluções eficazes para combater esse grave problema que afeta nossa sociedade.

Redações de sucesso deveriam, portanto, apresentar argumentos embasados em dados estatísticos, casos reais e abordagens teóricas, demonstrando uma compreensão abrangente do assunto e a capacidade de propor ações concretas visando à erradicação dessa forma de violência.

4. Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil (2016)

Este tema propôs ao estudante refletir sobre a intolerância religiosa no país e apresentar medidas para combatê-la.

Muitos alunos abordaram questões históricas para explicar a origem do preconceito religioso no país e propuseram ações como o diálogo entre lideranças religiosas e a promoção do respeito e da valorização das diferenças culturais.

5. Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil (2017)

O tema de 2017 foi um chamado para a atenção ao público surdo no Brasil e o desafio que as escolas enfrentam para garantir uma educação de qualidade a eles. Os estudantes puderam explorar a importância da inclusão escolar, a necessidade de investimento em tecnologias que permitam a melhor integração do surdo com o meio educacional e a importância de uma formação docente adequada e preparada.

6. Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet (2018)

O tema de 2018 foi uma reflexão sobre a influência da internet no comportamento das pessoas. Aqui, foi importante refletir sobre a manipulação dos usuários pelo controle de dados, a importância da privacidade na rede e a necessidade de transparência no uso dos dados pessoais.

7. Democratização do acesso ao cinema no Brasil (2019)

A redação do Enem 2019 convidou os estudantes a pensar em medidas que possam democratizar o acesso ao cinema, garantindo o direito à cultura e ao lazer a toda a população.

Entre as soluções discutidas estavam o aumento de investimentos para a construção de cinemas em áreas periféricas, a criação de programas de incentivos fiscais para a produção cinematográfica e a criação de políticas públicas que garantam o acesso ao cinema para todos.

8. O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira (2020)

Muitas pessoas ainda sofrem preconceito em relação às doenças mentais, seja pela falta de informação ou pelo estigma social que envolve esses problemas.

Em 2020, o desafio dos estudantes foi pensar em ações que permitam combater esse preconceito e garantir uma melhor atenção à saúde mental.

Entre as propostas apresentadas estavam a capacitação de profissionais da saúde mental, o aumento de investimentos em projetos sociais que combatem o estigma das doenças mentais e a inclusão de projetos temáticos sobre saúde mental no currículo educacional.

9. “Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil” (2021)

Na prova de 2021 os candidatos foram desafiados a analisar as questões relacionadas à falta de registro civil de nascimento e seus impactos na vida das pessoas, abordando a importância desse documento como um componente fundamental da cidadania.

Aqui, foi importante discutir a relevância de medidas governamentais e sociais para garantir que todos tenham acesso ao registro civil e, consequentemente, a direitos básicos, como educação, saúde e participação na sociedade.

Bons argumentos poderiam citar comunidades carentes ou famílias dos interiores, que somam boa parte da população brasileira.

Dados estatísticos e soluções que promovam a visibilidade e a inclusão de grupos marginalizados que podem ser afetados pela falta de registro civil também seriam bom aliados à conquista da nota 1000.

10. “Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil” (2022)

Os candidatos foram abordados, no ano passado, com as complexidades enfrentadas por grupos étnicos e comunidades tradicionais no país, destacando as ameaças à preservação de suas culturas, territórios e modos de vida.

Bons textos incluíram a exploração de questões relacionadas à desapropriação de terras, degradação ambiental, discriminação e falta de reconhecimento legal enfrentadas por essas comunidades.

Portanto, argumentos que previam soluções sustentáveis e inclusivas capazes de promover a valorização e a proteção das tradições e identidades culturais desses povos, ao mesmo tempo em que garantem seus direitos fundamentais e participação ativa na sociedade brasileira, seriam boas aliadas na obtenção de uma nota alta.

Análise dos temas de possíveis abordagens

Conforme já afirmamos, os temas propostos buscam analisar a capacidade dos alunos em pensar criticamente sobre problemas reais.

Por essa razão, muito além de simplesmente decorar informações, é preciso ter um pensamento crítico a respeito de cada tema e apresentar soluções criativas. Além disso, é preciso respeitar os limites do texto e desenvolver uma argumentação equilibrada e objetiva.

Por exemplo, ao falar de “criminalidade no país”, algumas pessoas irão optar apenas por tratar de questões mais superficiais, como maior rigor na legislação penal.

Mas os melhores textos apresentaram argumentações mais coerentes e realistas, com propostas claramente planejadas e bem fundamentadas.

De forma semelhante, se o objetivo é falar de “soluções capazes de combater as mudanças climáticas e preservar a biodiversidade”, o ideal é ressaltar a importância da educação ambiental, políticas públicas mais efetivas, dados estatísticos e referências reais.

O importante, em qualquer caso, é que a argumentação seja perspicaz e coerente, deixando clara a preocupação real com a questão proposta.

E as redações bem-sucedidas?

Antes de mais nada, elaboramos um super e-book que você pode baixar gratuitamente. Ele traz análises profundas e muitas dicas, não apenas do Enem, mas de diversos vestibulares do Brasil.

Além de conhecer os temas anteriores do Enem, é interessante ler redações bem-sucedidas e entender como os alunos selecionaram informações, estruturaram suas ideias e fundamentaram suas argumentações.

O importante é entender que não há um modelo único para uma redação bem-sucedida. O sucesso depende do domínio do tema proposto, da capacidade de argumentação e, principalmente, da inovação e originalidade na apresentação da solução. E, claro, treino. Muito treino.

Com essa retrospectiva, você pôde ter uma ideia do que pode ser cobrado na redação do Enem 2023. É interessante verificar quais pontos foram mais desenvolvidos pelos alunos em textos bem avaliados e como as soluções apresentadas foram fundamentadas.

Mas ok. Você não iria sossegar se o post acabasse aqui, não é mesmo? Sim, nós trouxemos algumas possíveis abordagens para este ano. Não somos futurólogos, mas a seguir estão alguns temas atuais e que precisam de certo poder de síntese e crítica por parte dos alunos.

Possíveis temas para a redação do Enem 2023

• Desigualdade social
• Violência contra a mulher
• Avanço da tecnologia e seus impactos
• Sustentabilidade e meio ambiente
• Racismo estrutural
• Democracia e política
• Educação e evasão escolar
• Cultura do cancelamento em meio virtual (bônus)

Como o tema é sempre algo atual e relevante para a sociedade, é importante ficar por dentro dos assuntos que estão em destaque atualmente, como a cultura do cancelamento no meio virtual, a evasão escolar e domiciliar, o saneamento básico, a atuação do Estado na garantia dos direitos humanos, a pandemia e saúde mental, a desigualdade de gênero, o racismo estrutural, a acessibilidade para pessoas com deficiência etc.

Sendo assim, vamos dar uma olhada em alguns desses temas e entender a relevância deles para a prova:

Desigualdade Social

A desigualdade social é um tema que realmente merece nossa atenção no Enem! Busque apresentar exemplos que mergulhem nas raízes desse problema, a entender suas implicações na nossa sociedade e proponha medidas que mitiguem seus impactos no Brasil.

Violência Contra a Mulher

Talvez seja importante explorar o impacto devastador dessa realidade e, mais importante, como podemos agir para mudar esse cenário e garantir um futuro mais seguro para todas as mulheres.

Avanço da Tecnologia e Seus Impactos

A Inteligência Artificial, métodos computacionais e muitas outras tecnologias podem servir de base para você construir uma argumentação sólida aqui. Quais os prós e contras? Quais os riscos? E como podemos nos preparar para os desafios tecnológicos que estão por vir?

Sustentabilidade e Meio Ambiente

Busque falar sobre maneiras de proteger nossa casa comum e construir um futuro mais verde. Apresente alternativas reais e programas voltados a isso.

Racismo Estrutural

Analise as raízes do racismo estrutural em nosso país e informe como podemos ser agentes de mudança para uma sociedade mais igualitária. Como o governo pode atuar? Como a sociedade pode se policiar?

Democracia e Política

Discuta como as decisões são tomadas e como podemos participar ativamente para moldar nosso futuro. Este tema é eterno e deve ser sempre praticado antes do Enem, em nossa opinião.

Educação e Evasão Escolar

A educação é a chave para um futuro brilhante. Explore os desafios da evasão escolar e busque dar soluções que sugiram acesso amplo a uma educação de qualidade.

A cultura do cancelamento no meio virtual

Esse é um assunto que tem ganhado cada vez mais destaque na internet, onde as pessoas são julgadas e “canceladas” por opiniões divergentes. É um tema importante para abordar, principalmente porque a prova tem como objetivo avaliar a pluralidade de ideias e o respeito à diversidade.

Os temas aqui citados são apenas exemplos e pode ser que o tema escolhido para o Enem 2023 seja completamente diferente. Por isso, é importante estar atualizado e preparado para todas as possibilidades, combinado?

Dicas para escrever uma boa redação

Escrever uma boa redação não é uma tarefa fácil, mas é possível se preparar para ter um bom desempenho na prova. Você vai precisar estar confiante e tranquilo. Portanto, abaixo estão algumas dicas para serem aplicadas.

1. Leia o tema atentamente

Primeiro de tudo, leia o tema com muita atenção e calma. É importante entender qual é a proposta e contexto do tema para que você possa construir uma argumentação coerente e consistente e a pior coisa que pode acontecer é você interpretar errado o que está sendo pedido.

2. Faça um planejamento

Antes de começar a escrever, faça um esboço com as ideias que você quer abordar na redação. Isso irá te ajudar a organizar as informações e a desenvolver uma linha argumentativa consistente. É importante pensar na introdução, no desenvolvimento e na conclusão do texto, e, assim, planejar cada parte do texto separadamente.

Você pode esboçar em forma de tópicos, por exemplo. Anote o que definitivamente não pode faltar no seu texto e tente seguir esse caminho.

3. Tenha argumentos consistentes

Construa seus argumentos com base em fatos, dados concretos e fontes seguras.

Além disso, é importante fazer uma reflexão sobre o tema e buscar diferentes perspectivas para formar um posicionamento crítico e coerente. Apresentar diferentes visões do tema é muito válido, mas não fique perdido e tenha um posicionamento.

4. Utilize exemplos e referências

Utilize exemplos e referências para enriquecer a argumentação e tornar o texto mais interessante e preciso. Os exemplos devem ser atuais e relevantes, a fim de comprovar o argumento do texto e torná-lo mais consistente. Você pode se basear em filmes, livros, notícias, documentários, entre outros, para enriquecer suas ideias.

5. Não fuja do tema proposto

Não se distancie do tema proposto e evite falar sobre assuntos que não foram abordados na proposta. Isso pode comprometer sua nota e, inclusive, zerar a redação.

Além disso, fique atento à coesão e coerência do texto para que ele tenha uma estrutura lógica e um sentido claro.

6. Faça uma conclusão concisa

A conclusão deve apresentar uma síntese do que foi proposto na redação e reforçar o posicionamento defendido no texto. É importante que a conclusão não aborde nenhum assunto novo.

Se você esqueceu de alguma argumentação e já não pode mais voltar ao desenvolvimento, paciência. Uma das piores coisas que você pode fazer, nesse caso, é abordar isso de forma “apressada” na conclusão.

Atente-se ao uso correto do tempo e da concordância verbal, mas cuidado para não enrolar demais e acabar perdendo o pensamento principal da redação.

7. Tenha na bagagem citações coringas para redação

Citações coringas são aquelas que podem ser utilizadas em diversas oportunidades. 

É importante conhecer algumas para que você possa utilizar em temas distintos, dando uma “roupagem” mais informativa à sua redação dissertativa argumentativa.

Os 6 erros mais comuns ao elaborar uma redação dissertativa argumentativa

Além de todas as dicas dadas até aqui, também é para que você NÃO cometa erros bobos na redação do Enem que criamos este texto. Além disso, damos de lambuja uma solução simples para cada erro!

“Treinar muito e manter a calma na hora da prova” são os conselhos de Gabriel Lopes, 20, e Carlos Eduardo Immig, 19, estudantes que conquistaram a nota 1.000 na redação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2019.

Bem, já sabemos a importância que tem treinar e exercitar cada vez mais nossas habilidades de escrita, mas temos que fazer isso da maneira correta.

Precisamos levar em consideração o modelo da redação disserto-argumentativa e as cinco competências solicitadas pelo Enem.

Além disso, precisamos estar atentos também ao que não podemos fazer na redação – aqueles erros comuns, que passam despercebidos e acabam levando nossa nota embora.

Por isso, preparamos essa lista com os 6 erros mais recorrentes e que você não pode cometer.

#1 Fuga ao tema

Pode parecer algo “bobo”, mas não é. Na verdade, a fuga do tema é algo recorrente nas redações. Isso acontece quando o aluno não entende perfeitamente o tema proposto ou não dá atenção aos textos auxiliares.

Por exemplo, se em 2016, você falou sobre como combater a intolerância religiosa, enquanto o tema era Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil, você fugiu ao tema.

Por isso, é importante que você interprete bem o tema da redação e a cada frase que você colocar no papel, pense em como ela se relaciona com o mesmo.

Erro: não entender completamente ou acabar se afastando do tema durante o texto.

Como solucionar: ler o tema e refletir sobre ele, pensar em suas causas, consequências e em possíveis soluções; ler e interpretar os textos auxiliares.

#2 Não utilizar repertório

Primeiramente, o que é um repertório? Repertório é toda a sua bagagem: os livros que você leu, os filmes que você assistiu, as matérias do jornal que você acompanhou, etc.

E para que ele serve? Ele serve para te dar embasamento no seu texto, portanto, é um aliado para você tirar uma nota alta na redação.

Entretanto, o que acontece é que alguns alunos, por não terem (ou acharem que não tem) repertório, acabam fugindo para o senso comum ou apenas transcrevendo suas opiniões.

Bem, saiba que as duas opções vão lhe custar pontos. Você precisa ter em mente que sua opinião precisa ser embasada por fatos históricos, filmes, livros, citações filosóficas, leis ou notícias.

Você pode até mesmo usar informações dos textos auxiliares. Mas tenha atenção para não copiar trechos – apenas interprete e utilize os dados.

Erro: não embasar suas opiniões na redação.

Como solucionar: esteja sempre a par das notícias de nosso país, recorra aos livros, filmes e músicas que você conhece, e utilize dados dos textos dispostos na prova.

#3 Expressões ambíguas, vagas ou neutras

A gente sabe que a redação do Enem é uma dissertação argumentativa, assim sendo, é necessário que você tome um posicionamento e seja claro nas suas ideias.

Por exemplo, se você escrever “esse fato trouxe consequências para os jovens” fica muito vago. Os corretores vão se perguntar: quais consequências? Elas são positivas ou negativas? Por quê?

Então, procure usar termos mais incisivos, como “esse fato é nocivo para os jovens, visto que estudos já mostraram que traz tais consequências…”.

Erro: ser neutro ou ambíguo.

Como solucionar: use expressões, palavras e elementos que demonstrem com clareza o que você defende no texto.

#4 Não usar conectivos

Os conectivos servem “apenas” para dar todo sentido ao seu texto. Se você não os utilizar, é provável que seu texto fique cheio de frases aleatórias e desconexas.

Você precisa indicar as causas e as consequências, os fatos e os porquês, etc., e isso só vai ser possível com essas palavrinhas mágicas.

Porém, às vezes acontece de ficarmos sem saber quais conectivos usar. Então, aqui vai uma lista de conectivos pra você recorrer sempre que precisar:

• Aditivos – trazem ideia de adição: e, nem, tão, também;
• Adversativos – ideia de oposição: mas, porém, todavia, senão, embora;
• Dúvida: talvez, quiçá, quem sabe;
• Hipótese: caso, se, eventualmente;
• Alternativos: ou, ora, já, que;
• Conclusivos: logo, portanto, afinal;
• Comparativos: como, da mesma maneira, assim como, da mesma forma;
• Explicativo: que, porque, pois.

Erro: não usar conectivos, o que deixa o texto desconexo.

Como solucionar: treine bastante e sempre recorra a essa listinha de conectivos. Assim, você jamais vai esquecê-los ou ficar sem opções para usar.

#5 Frases muito longas ou parágrafos muito curtos

Atire a primeira pedra quem nunca se cansou de ler uma frase na metade dela. Bem, isso acontece com frases muito longas e sem pontuação, pois elas ficam cansativas.

Você não quer deixar seu corretor cansado, né?

Por isso, procure pontuar suas frases de maneira correta e não tenha medo de utilizar os pontos finais. Isso vai dar dinamicidade ao seu texto, e tornar a leitura mais prazerosa.

Já os parágrafos não podem ser curtos demais, porque é impossível você expor uma ideia e desenvolvê-la em apenas uma linha. Então, crie parágrafos completos – e para isso você vai precisar de pelo menos três linhas.

Erro: frases muito longas e parágrafos muito curtos.

Como solucionar: pontue suas frases corretamente, utilize pontos finais e desenvolva bem os parágrafos.

#6 Deixar informações avulsas

Há várias maneiras de você deixar pontas soltas no seu texto e isso não é legal, pois vai contra a competência 3, que pede um projeto de texto.

Ou seja, você precisa garantir que seja tudo muito bem estruturado. Não deixe informações ou dados soltos; sempre explique, complemente e use embasamentos.

Aqui vão alguns exemplos dessas situações que você precisa evitar:

• Colocar alguma informação na introdução e não retomá-la ao longo do texto;
• Colocar uma informação nova no final de um parágrafo – sendo que não vai conseguir desenvolvê-la depois;
• Colocar na proposta de intervenção algo novo que não tem a ver com o tema e o texto.

Erro: deixar pontas soltas no texto.

Como solucionar: conclua todas as ideias que você mencionar na sua dissertação.

Redação dissertativa: tudo começa com uma boa introdução

Toda produção textual requer um início, meio e fim. Na dissertação não poderia ser diferente. A introdução é o espaço no qual você apresentará o tema e sua tese para o leitor.

Explicar claramente sobre o que se trata e qual é o seu ponto de vista -no caso, a sua tese- é muito importante para a coesão do seu texto e para que a banca já saiba o que esperar nos parágrafos seguintes.

Atente-se à tese! Ela é como o coração da sua redação dissertativa: vai bombear o sangue para todo o corpo do texto. Após a introdução do tema, a tese é a sua visão crítica sobre o assunto.

Aí vão algumas sugestões de como incrementar a sua introdução:

#1 Tema logo de cara

Apresentar o tema da sua redação dissertativa já na primeira frase do texto é uma técnica vista com bons olhos por já deixar claro o que será tratado.

Chamamos isso de método dedutivo, e consiste no emprego de uma frase de consenso coletivo para introduzir o conteúdo. Tente encaixar de forma natural e coerente o assunto proposto.

Exemplo:

Publicidade infantil em questão no Brasil, ENEM 2014.

“É comum vermos comerciais direcionados ao público infantil. Com a existência de personagens famosos, músicas para crianças e parques temáticos, a indústria de produtos destinados a essa faixa etária cresce de forma nunca vista antes. No entanto, tendo em vista a idade desse público, surge a pergunta: as crianças estariam preparadas para o bombardeio de consumo que as propagandas veiculam?”

Realmente, é comum vermos comerciais direcionados ao público infantil. Essa é uma afirmação vista como verdadeira predominantemente. Perceba como o vestibulando inseriu sutilmente a temática nessa primeira parte do texto utilizando por meio de uma opinião consensual, deixando o texto simples e explicativo.

#2 Que história é essa?

Alusões históricas como a períodos históricos como a Revolução Russa, a Grécia antiga e muitos outros caem bem na elaboração da introdução.

Além de prenderem a atenção, elas também demonstram conhecimento em outras disciplinas e capacidade de conectar o tema com diferentes elementos.

Exemplo:

Consumismo, Fuvest 2013.

“A sociedade vem ao longo do tempo marcando sua passagem pelo mundo, imprimindo uma identidade, identidade essa formada por crenças e valores. Passamos por diversas etapas e momentos históricos que influenciaram na forma como o mundo era visto e vivido. Citando exemplos não tão distantes, podemos dizer sobre a Idade Média e seu mundo cheio de dogmas religiosos, posteriormente a Idade Moderna com seus pensamentos revolucionários de liberdade, chegando ao momento atual, da famosa pós-modernidade. Mas e agora? E nós? Quais os valores que estamos deixando para as gerações futuras?”

Vemos que o vestibulando trouxe ao texto menções a períodos longínquos, como a Idade Média e a Moderna, fazendo uma bela alusão histórica.

O melhor é que o recurso da referência histórica pode também ser usado no desenvolvimento do texto, nos outros parágrafos. Veremos isso mais à frente.

#3 Coisa e tal ou tal coisa?

Outro recurso interessante é o uso da comparação. Isso é, estabelecer uma antítese entre duas realidades, sejam elas os cenários econômicos da China e dos EUA, a vivência social de uma pessoa marginalizada e uma de classe abastada, dois períodos históricos diferentes… E, com base nisso, apresentar o seu ponto de vista.

Perceba o exemplo do item anterior. O escritor nos traz uma excelente contraposição da visão de mundo de diferentes períodos da sociedade até chegar no presente, no qual ele surge com a reflexão: quais são os valores do nosso tempo? Essa é a tese apresentada.

#4 Benefício da dúvida

Você pode trazer a sua tese de uma forma muito simples: através de um questionamento.

Ainda analisando o exemplo da Fuvest 2013, o candidato indicou sua tese através de uma pergunta. “Mas e agora? E nós? Quais os valores que estamos deixando para as gerações futuras?”.

Não se trata realmente de uma dúvida, mas sim de uma indagação para indicar seu ponto de vista e dar início à argumentação.

#5 Divisão de partes

Outra tática infalível para a construção da sua tese é a divisão. Após a colocação da problemática, divide-se em duas partes o que será tratado nos parágrafos de desenvolvimento.

Exemplo:

A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira, ENEM 2015

“A violência contra a mulher no Brasil tem apresentado aumentos significativos nas últimas décadas. De acordo com o Mapa da Violência de 2012, o número de mortes por essa causa aumentou em 230% no período de 1980 a 2010. Além da física, o balanço de 2014 relatou cerca de 48% de outros tipos de violência contra a mulher, dentre esses a psicológica. Nesse âmbito, pode-se analisar que essa problemática persiste por ter raízes históricas e ideológicas.”

Perceba como o candidato dividiu em dois termos (raízes históricas e sociológicas) o que será tratado no restante da redação dissertativa ao mesmo tempo em que posicionou de maneira inteligível a sua opinião sobre o conteúdo. Fácil, não?

#6 Jogando dados

O uso de estatísticas e pesquisas confere seriedade e sustenta a sua argumentação.

Esse é um recurso muito utilizado e fácil de ser empregado, já que os textos de apoio das provas normalmente trazem informações como essa. Você pode desenvolver parte do seu texto baseando-se nisso caso não consiga fazer outras conexões.

Se possuir referências que não as inclusas na avaliação, melhor ainda! Só não se esqueça de citar as fontes dos seus dados.

Uma boa dica é checar o Portal de Transparência do Governo Federal antes da prova, ou pesquisar nos grandes portais de notícias sobre os últimos dados socialmente relevantes.

Provas como o Enem dão muito destaque à atualidade, portanto se mostrar bem informado é de grande peso para a banca.

A título de exemplo, analisemos novamente o texto do item anterior, sobre violência contra a mulher. O autor inicia sua dissertação com uma frase afirmativa, que é logo comprovada como verdadeira através das estatísticas apresentadas.

Uma boa Dissertação Argumentativa requer parágrafos de desenvolvimento

Esses correspondem aos dois parágrafos do meio. É o espaço no qual você vai aprimorar a sua tese, dando razões pelas quais a sua ideia faz sentido.

Como dissemos anteriormente, o objetivo da redação dissertativa é testar a sua capacidade argumentativa. Para isso você pode dispor de uma gama de recursos que explicaremos adiante.

É importante usar diferentes argumentos para defender a sua tese. Imagine que você está tentando convencer seus pais de que está pronto para ganhar um carro.

O que seria mais persuasivo: se aprofundar em apenas o porquê de querer o carro ou mostrar diferentes fatores que fazem essa uma escolha favorável?

Como a dissertação de provas normalmente dispõe de apenas 30 linhas, o ideal é que sejam desenvolvidas duas fundamentações distintas nos parágrafos de desenvolvimento. Dessa forma, é possível elucidar e embasar de forma concreta e precisa os pensamentos.

Precisando de munição para avançar nesses parágrafos? A gente te ajuda:

#1 E assim falou Zaratustra

Uma forma muito interessante de desenvolver as suas ideias é a citação filosófica. Aprendemos ao longo do ensino médio sobre as reflexões de diversos sociólogos e pensadores que podem ser aplicadas aos mais diferentes temas. Usar isso a seu favor na redação de vestibular pode ser determinante.

Você não precisa necessariamente ter a frase exata do pensador em mente para uma citação direta. O mais importante aqui é saber explicar a teoria e ter capacidade de atrelá-la ao assunto proposto.

Você pode fazer uma citação indireta, traduzindo os pensamentos do autor original nas suas palavras.

Exemplo:

Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet, ENEM 2018

“Em primeiro lugar, é importante destacar que, em função das novas tecnologias, internautas são cada vez mais expostos a uma gama limitada de dados e conteúdos na internet, consequência do desenvolvimento de mecanismos filtradores de informação a partir do uso diário individual. De acordo com o filósofo Zygmund Baüman, vive-se atualmente um período de liberdade ilusória, já que o mundo digitalizado não só possibilitou novas formas de interação com o conhecimento, mas também abriu portas para a manipulação e alienação vistas em “1984”. Assim, os usuários são inconscientemente analisados e lhes é apresentado apenas o mais atrativo para o consumo pessoal.”

No texto, o aluno faz referência ao famoso filósofo Zygmund Baüman, recorrente em redações de vestibular pela aplicabilidade vasta de suas teorias, explicitando as ideias do autor e relacionando ao tema.

#2 Redação pop pode sim!

Sabe aquele filme, livro ou seriado que você ama e sabe tudo sobre? E se a gente te dissesse que você pode usá-lo como aliado na sua redação dissertativa?

Pois você pode!

Existem vários exemplos de dissertações com nota máxima carregados de referências à cultura pop das mais diversas. Afinal, por que não utilizar algo que você domina para comprovar seu ponto?

Vejamos outro trecho do texto construído pelo mesmo vestibulando do item anterior:

“Por conseguinte, presencia-se um forte poder de influência desses algoritmos no comportamento da coletividade cibernética: ao observar somente o que lhe interessa e o que foi escolhido para ele, o indivíduo tende a continuar consumindo as mesmas coisas e fechar os olhos para a diversidade de opções disponíveis. Em um episódio da série televisiva Black Mirror, por exemplo, um aplicativo pareava pessoas para relacionamentos com base em estatísticas e restringia as possibilidades para apenas as que a máquina indicava – tornando o usuário passivo na escolha. Paralelamente, esse é o objetivo da indústria cultural para os pensadores da Escola de Frankfurt: produzir conteúdos a partir do padrão de gosto do público, para direcioná-lo, torná-lo homogêneo e, logo, facilmente atingível.”

Como podemos notar, o participante aplicou à dissertação elementos que assistiu na série Black Mirror, criando um paralelo com a realidade e comprovando seu ponto através da análise.

Vejamos em outro exemplo, da PUC – RJ:

“O Pequeno Príncipe, adorável personagem do francês Exupéry, ficaria indignado ao perceber que não são mais os adultos que perderam a pureza da infância, e sim os próprios infantes. Em um mundo tão agitado e inseguro como o atual, torna-se fundamental viver intensamente a primeira etapa da vida a fim de construir os alicerces de sustentação para suportar aquilo que ela reserva.”

Em um parágrafo curto, o autor usou a obra de Antoine de Saint-Exupéry, “O Pequeno Príncipe”, para dar outros ares ao seu ponto, citando o personagem de Exupéry para fomentar a ideia de que as crianças estão perdendo a sua pureza.

#3 Digam ao povo que explico!… através da história

Assim como vimos na introdução, é possível também aplicar o longo leque de alusões históricas disponíveis em sua redação, dessa vez não para introduzir um pensamento, mas para validá-lo.

Vejamos um bom exemplo em que é possível notar a diferença do emprego da história na introdução e no desenvolvimento:

Um mundo formado por imagens, Fuvest 2010

“A instituição da Igreja Católica, por exemplo, apresenta dogmas bonitos como a existência de um Deus único, onipotente e misericordioso. Criou-se essa imagem primordial de benevolência e tolerância. Porém, em meados do século XVI, em vista à Reforma Protestante, uma vertente da Igreja, chamada Inquisição, foi posta em prática. Fogueira aos hereges e cerceamento aos opositores da instituição foram os preceitos reais vividos pela população. A imagem de compreensão e acolhimento foi substituída pela repressão e pela violência nada idealizadas.”

Acompanhado de uma tese que diz que um projeto pode se transformar em uma realidade oposta à imagem desse, o desenvolvimento do aluno demonstra através da exemplificação por meio da história que seu ponto faz sentido.

Perceba que mesmo um tema tão subjetivo e amplo quanto o da Fuvest 2010 comporta alusões que podem enriquecer sua redação dissertativa. Aproveite a pluralidade desse recurso a seu favor!

#4 Dados e mais dados

De acordo com o famoso professor W Edwards Deming, sem dados você não passa de mais uma pessoa com opinião. E disso os vestibulares estão cheios!

Como já dissemos acima, as estatísticas promovem seu texto a outro patamar ao conferirem autoridade e seriedade. E, novamente, você pode empregá-las tanto na introdução, quanto nos parágrafos de desenvolvimento, para legitimar a sua opinião.

Exemplo:

Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet, ENEM 2018

“Primeiramente, é notável que o acesso a esse meio de comunicação ocorre de maneira, cada vez mais, precoce. Segundo pesquisa divulgada pelo IBGE, no ano de 2016, apenas 35% dos entrevistados, que apresentavam idade igual ou superior a 10 anos, nunca haviam utilizado a internet. Isso acontece porque, desde cedo, a criança tem contato com aparelhos tecnológicos que necessitam da disponibilidade de uma rede de navegação, que memoriza cada passo que esse jovem indivíduo dá para traçar um perfil de interesse dele e, assim, fornecer assuntos e produtos que tendem a agradar ao usuário. Dessa forma, o uso da internet torna-se uma imposição viciosa para relações sócio-econômicas.”

Nesse caso, o participante utilizou as estatísticas para apoiar seu ponto de vista de que as crianças possuem, desde cedo, contato com os eletrônicos. Parece convincente, certo?

Não deixe de fazer uma conclusão poderosa!

Por fim, mas não menos importante, temos a conclusão da sua redação dissertativa. Ela é necessária para sintetizar as suas ideias e reafirmar a opinião defendida ao longo do texto.

Na maioria dos vestibulares, uma boa estrutura de argumentação reapresenta a tese seguida pela ratificação dos argumentos promovidos nos parágrafos de desenvolvimento.

No entanto, o ENEM, o exame mais popular no país, pede para que nesse parágrafo seja elaborada uma proposta de intervenção. Ou seja, você deve também propor uma solução à problemática apresentada.

Para a proposta de intervenção do ENEM, deve-se ter em mente 4 agentes: o quê, quem, como e a finalidade. Assim, você exibe o que deve ser feito, a qual instituição caberá essa ação, como ela será realizada e com que fim.

Alguns especialistas do Enem afirmam que o ideal é incluir duas propostas de intervenção, com diferentes agentes. A boa notícia é que na segunda proposta não é necessário inserir todas as quatro questões, priorizando preferencialmente “o quê”, “quem” e “finalidade”.

Para entender melhor, confira aqui a conclusão do texto mostrado no último item de “parágrafos de desenvolvimento”:

“Com o intuito de amenizar essa problemática, o Congresso Nacional deve formular leis que limitem esse assédio comercial realizado por empresas privadas, por meio de direitos e punições aos que descumprirem, a fim de acabar com essa imposição midiática. As escolas, em parceria com as famílias, devem inserir a discussão sobre esse tema tanto no ambiente doméstico quanto no estudantil, por intermédio de palestras, com a participação de psicólogos e especialistas, que debatam acerca de como agir “online”, com o objetivo de desenvolver, desde a infância, a capacidade de utilizar a tecnologia a seu favor. Feito isso, o conflito vivenciado na série não se tornará realidade.”

Percebemos aqui a presença de todos os 4 agentes.

Quem – Congresso Nacional

O que – “formular leis que limitem esse assédio comercial realizado por empresas privadas”

Como – “por meio de direitos e punições aos que descumprirem”

Finalidade – “a fim de acabar com essa imposição midiática”

O autor inclui ainda uma segunda proposta, na qual os agentes são:

Quem – “as escolas, em parceria com as famílias”

O que – “inserir a discussão sobre esse tema tanto no ambiente doméstico quanto no estudantil”

Como – “por intermédio de palestras, com a participação de psicólogos e especialistas, que debatam acerca de como agir “online””

Finalidade – “com o objetivo de desenvolver, desde a infância, a capacidade de utilizar a tecnologia a seu favor”

Veja essas 7 dicas super importantes para otimizar a sua redação dissertativa

#1 Estruture antes de passar pro papel

Um bom texto requer planejamento. Isso é fato. Portanto, não se deixe correr o risco de fazer tudo de uma vez e acabar com uma redação dissertativa desconexa em mãos.

A dica é fazer tópicos no rascunho da prova. Algumas reflexões para guiar seus tópicos são: o que você vai tratar em cada parágrafo? Quais referências podem ser usadas? Qual será a sua tese?

#2 Use e abuse dos conectivos

Conectivos são palavras ou expressões que ligam uma frase à outra.

Os conectivos são essenciais para a fluidez do texto, além de desempenharem a função a qual os dá nome: unir as ideias. O uso desses articuladores auxiliará na coesão da sua dissertação.

#3 De olho no apoio

Os textos de apoio oferecidos pelos vestibulares são muito importantes por explicarem melhor o que deve ser tratado, já que muitas vezes isso não fica tão claro apenas pelo título do tema.

Além disso, dão o direcionamento da abordagem mais precisa do assunto e também são muito úteis caso você disponha de pouca bagagem para relacionar ao tema e precise complementar com informações que constam lá.

Portanto, não tente economizar tempo pulando essa leitura! Ela tende a te ajudar mais do que atrasar.

#4 Dando nome aos bois

Calma, não estamos falando de fofoca! Isso é sobre o título do seu texto.

Alguns vestibulares como o ENEM não requerem título. Outras provas exigem e você deve se atentar a quais são elas! Pesquise sobre antes de realizar o exame.

Mesmo nas quais o título não se faz necessário como o ENEM, nada te impede de empregá-lo.

De qualquer forma, isso pode acarretar em vantagens para você em relação aos outros participantes. Um título forte desperta a atenção de quem lê, torna a redação mais interessante e criativa e promove uma primeira perspectiva do que será abordado.

#5 Livros

Nem sempre os estudos precisam ser exaustivos. Assim como mostramos nesse post formas divertidas de aprender inglês mais rápido, você também pode adquirir bagagem para a sua redação através do lazer.

Direcionar seu tempo livre à leitura te ajudará a conquistar novas referências para serem exploradas na sua redação dissertativa e ainda vai enriquecer o seu vocabulário, tornando seu texto mais abundantes em vários aspectos e o processo de construí-lo muito mais fácil.

Então escolha seu gênero favorito e vá devorar esse livro!

#6 Nenhum ponto fora da curva

Lembre-se de revisar todo o seu texto antes de passá-lo a limpo para a folha oficial. É muito normal encontrarmos pequenos erros que não foram percebidos na pressa do processo de escrita, como repetição de palavras que atrapalham sua fluidez ou grafia incorreta.

Isso tomará poucos instantes e garantirá que sua redação dissertativa não perca pontos por trivialidades.

#7 Eye of tiger

Você não é o Rocky Balboa, mas está se preparando para uma luta tão importante quanto a dele. Por isso é importante treinar muito!

O ideal é realizar o máximo de redações possível sobre diferentes temáticas até o dia da prova. Quanto mais você praticar, melhor preparado vai estar. E ainda arrisca a chance de cair um tema já escrito por você!

Conclusão

Ufa! Quanto conteúdo, hein?

Se você chegou até aqui, você está a poucos passos da redação nota 1000. Nosso e-book gratuito irá ajudar você a se aprofundar ainda mais no tema e se tornar um(a) mestre das redações!

Para te ajudar ainda mais nesse percurso, preparamos técnicas de estudo e de memorização. E se você ainda não tem um cronograma de estudos, baixe grátis agora!

Esperamos que essas dicas te ajudem a arrasar na redação do Enem esse ano. Lembre-se de praticar com frequência e confiar na sua capacidade.

Não deixe de acompanhar as notícias e de pensar sobre os temas que podem ser abordados nesta prova. E não se esqueça: o importante é ter consistência, coerência e uma argumentação bem estruturada.

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