Introdução
A crase está, de segunda a sexta, assombrando a todos os alunos de diferentes graus de escolaridade. Você também vive na dúvida de quando colocá-la em ação? Então acompanhe esse guia definitivo de quando NÃO usar crase.
“À disposição”, “segunda a sexta”, “a todos e todas, devido a isso”… Essas são apenas algumas sentenças que causam confusão na cabeça de alunos do ensino médio, vestibulandos, universitários e até mesmo mestrandos e doutorandos.
Sempre bem empregada em redações nota 1000 e recorrente nos concursos públicos e vestibulares como o Enem, a crase é de extrema importância se você almeja boa escrita e pontuação alta para garantir a sua vaga na graduação.
Mas afinal, o que é essa regra gramatical que confunde tanta gente? E mais importante ainda: quando não usar crase? Aqui nós vamos te contar todos os segredos para que você nunca mais erre o emprego do acento grave.
E nós garantimos: é à moda do ensino fundamental – ou seja, muito mais fácil do que parece.
Crase: que bicho de 7 cabeças é esse?
Às vezes nós sabemos que a regra existe e até arriscamos usá-la, mas não entendemos perfeitamente a sua funcionalidade.
Mas não tem para onde correr: o primeiro passo para aprender qualquer matéria é captar para que ela serve.
Em suma, a crase nada mais é do que a união de duas vogais a, propriamente do artigo definido feminino “a” com a preposição “a”. Veja o exemplo:
Vou à Amazônia = Vou a + a Amazônia
Além desse caso, o mais clássico e recorrente, ainda temos outro: a união do artigo feminino a com pronomes cuja letra inicial também é o “a”.
Você foi àquela pequena cidade da Amazônia? = Foi a + aquela
Quando NÃO usar crase?
Com a primeira regra acima, as regras de crase já ficam bem mais fáceis. Mas cuidado! Ainda existem alguns truques de quando não usar crase que você precisa se lembrar. Confira:
#1 Antes de substantivos masculinos
Escreva a lápis (lápis = masculino) / Escreva à caneta (caneta = feminino)
Normalmente, ando a pé (pé = masculino) / Normalmente, escrevo à mão (mão = feminino)
É importante, no entanto, lembrar que a regra do substantivo masculino tem uma exceção. Na expressão “à moda de”, a crase deve ser utilizada.
Pizza à moda da casa
A expressão pode ainda estar oculta, resultando em frases como “frango à (moda de) passarinho” ou “ela se vestiuà (moda de) Madonna“.
#2 Antes de pronomes indefinidos, pessoais e demonstrativos – sim, quase todos
Indefinidos: Não sei a quem pedir ajuda.
Pessoais: Ela se dirigiu a mim na reunião.
Demonstrativos: O mapa nos levou a este lugar
Com os demonstrativos, lembre-se da regra geral: a crase é admitida quando o termo é regido pela preposição a. Veja:
Não vou mais àquele bar.
As pesquisas nos levaram àquelas conclusões.
#3 Antes de verbos
Fernanda está disposta a ajudar no processo.
Roupas a partir de R$20 reais.
O jornal deu a entender que houve corrupção.
#4 Antes de artigos indefinidos
Estou me dedicando a um esporte.
Confiro a responsabilidade a um subordinado.
#5 Expressões em que duas palavras se repetem
O dia a dia dos jovens é muito corrido.
O remédio é pra ser ingerido gota a gota.
Quero ter uma conversa cara a cara.
#6 Antes de numerais (exceto as horas)
Minha casa fica a 300 metros do supermercado.
O número de mortos por Covid-19 no Brasil chegou a 500 mil.
#7 Antes de palavras femininas no plural com preposição no singular*
Aqui você precisará redobrar a atenção: as palavras femininas no plural pedem crase, no entanto, essa deve ser posta no plural também.
Ou seja, se você utilizar “vou à festas”, estará errado. O correto seria:
“Vou às festas” ou “Vou a festas”.
- O cargo foi entregue às arquitetas;
- O cargo foi entregue a arquitetas.
Macete para quando não usar crase
Dentre as várias técnicas mnemônicas – o popular macete –, uma se destaca no assunto quando não usar crase. Basta substituir a palavra feminina por uma masculina. Se você usar “ao” ao invés de apenas “o”, então a crase deve ser empregada.
Exemplo:
“Fui a praça”. Será que tem crase?
“Fui ao shopping”. Pronto! O “ao” foi utilizado. Então, “fui à praça” tem crase também.
Bônus: Horas
A dica acima funciona muito bem com uma boa e velha dúvida de quando não usar crase: as horas. Muita gente afirma que os horários sempre levam o acento, mas não é bem assim que a banda toca.
Então, empregue o macete: substitua a hora por meio-dia, que é uma palavra masculina. Veja:
Vou para a escola às 14 horas. / Vou para a escola ao meio-dia.
Estou no trânsito desde as 16 horas. / Estou no trânsito desde o meio-dia.
Outra dica para nunca mais errar quando não usar crase em horários é perceber a presença de uma preposição – desde, até, para, após, entre… No exemplo anterior, por exemplo, podemos perceber o “desde”.
Conclusão
Pronto, agora você não tem mais desculpa para errar crase na hora da prova. Basta treinar bastante para virar um craque de quando não usar crase e quando usar.
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