Introdução
Durante o Ensino Médio, muito ouvimos falar sobre Lenin e Revolução Russa, além de Bolcheviques versus Mencheviques, e muitos outros termos que são importantes até hoje para entendermos discussões pertinentes na nossa sociedade.
Essas discussões tocam em conceitos como capitalismo, liberalismo, socialismo, comunismo e outros, que são cruciais para nos incentivar como seres pensantes e sociais.
Além disso, esses são temas muito relevantes para o Enem e demais vestibulares. Então você tem que tá craque neles, beleza?
Como é um assunto muito extenso e com várias partes, vamos aos poucos, combinado? Hoje vamos te apresentar quem foi Vladimir Lenin e um pouco da Revolução Russa.
Tá preparado? Bora lá!
Afinal, quem foi Lenin?
Em 22 de abril de 1870, ao leste de Moscou, no berço de uma família de classe média alta, nasce um garotinho que viria a movimentar a política de toda Europa (e mais adiante, em todo o mundo): Vladimir Ilyich Ulianov. Mas você pode chama-lo só de Lenin.
Ainda muito jovem, viu seu pai morrer (por hemorragia cerebral) e seu irmão mais velho ser condenado e executado pelo governo Russo, acusado por um atentado contra o Czar Alessandro III.
Assim, suas companhias sempre foram muito radicais, como uma espécie de válvula de escape. Aos 17 anos, Lenin entrou na Universidade de Kazan, mas foi expulso por causar desordem no campus.
Nesse período conturbado conheceu a obra O Capital de Karl Marx, se identificou quanto às ideias, principalmente com “a luta de classes”, na qual a tese era de que o capitalismo poderia se desenvolver para um modo de vida socialista e posteriormente para o comunismo.
Dos 20 anos aos 23 anos, Lenin trabalhou em um fórum em uma cidadezinha russa e se radicalizou no marxismo, se dedicando a traduzir as obras de Marx e Friedrich Engels.
Aos 23, se mudou para São Petersburgo idealizando colocar em prática tudo que havia lido nos livros de seu ídolo. Devido às suas atitudes extremistas, ele foi condenado e exilado na Sibéria por três anos, onde se casou com Nadežda Krupskaja – sua companheira de vida – e escreveu a obra O Desenvolvimento do Capitalismo na Rússia.
Quando retornou para a Europa, Lenin se instalou na Suíça e voltou a abarcar em grupos marxistas, compartilhando as mesmas ideias e ampliando-as.
Em 1903, foi responsável por um divisor de águas na política: Lenin fundou uma facção chamada Bolcheviques – do russo “bolshe”, que significa “a maioria” –, que acreditava que o poder deveria ser tomado diretamente pelos trabalhadores.
Em contrapartida, havia os Mencheviques – “menshe”, ou seja, “minoria” –, que pregavam que a burguesia deveria liderar a nova república após a queda do czar, e só alguns anos mais tarde, depois de ampliar suas forças, o socialismo deveria ser aplicado.
Em 1905 alguns conflitos deram início a Revolução Russa, que foi o marco inicial para a Revolução que viria em 1917. Nesse momento, Lenin tentou trazer a população para o seu movimento, mas a galera não curtiu muito a ideia.
No início da 1º Guerra Mundial (1914), Lenin já era reconhecido como um líder comunista e tentou transformar a guerra num amplo movimento socialista. Este seria o estopim para a luta de classes que ele tanto almejava, mas mais uma vez viu que seu sonho estava bem distante.
Revolução de Fevereiro (1917)
No ano de 1917, quando a guerra já havia dizimado todos os recursos da Rússia, mais uma vez São Petersburgo (agora chamada Petrogrado) foi palco de uma grande greve, a Revolução de Fevereiro.
Trabalhadores e funcionários públicos foram às ruas protestar contra a guerra e a falta de bens essenciais, principalmente comida. Os russos foram tão radicais que derrubaram o Czar Nicolau II, daí se instaurou o Governo Provisório, e a Rússia passou de um Império Czarista para uma República.
Nesse contexto, os alemães viram a oportunidade de tirar a Rússia da guerra, por isso, incentivaram e ajudaram Lenin a chegar até Petrogrado para criar uma revolução marxista. Nesse sentido, o governo russo acreditou que ele fosse um alemão infiltrado e ele foi cassado do país.
Após se refugiar na Finlândia, Lenin retorna a Petrogrado em outubro de 1917, e então consegue derrubar o Governo Provisório com a ajuda do seu Comitê Militar Revolucionário. E enfim, se concretiza a tão sonhada e esperada luta de classes, nomeada Revolução de Outubro de 1917.
Governo Lenin
Ao chegar ao poder, o primeiro ato de Lenin foi tirar a Rússia da 1ª G. M., o que levou a perdas territoriais significativas dos russos para os alemães.
Nos anos seguintes, ele começou a formular seu governo e expulsou todos aqueles que discordavam dos seus ideais marxistas, transformando a Rússia num lugar totalmente autoritário, onde só podia haver um partido político.
Lenin usou da violência e do terror para governar, pois acreditava que somente assim poderia impor seus ideais. Dessa forma, criou o Terror Vermelho, que era uma série de medidas de repressão contra aqueles que iam contra o que ele acreditava. Em um mês tiveram cerca de 100 mil mortes e muitas outras pessoas foram presas ou deportadas.
Outros exemplos são os campos de concentração criados – chamados Gulag –, e a execução de padres não registrados – a mando de Lenin.
O governante também fechou os tribunais e aboliu as leis antigas, instaurando um novo sistema legal que atuava em duas camadas:
- Tribunal Revolucionário, que julgava os crimes contra a Revolução Comunista;
- Tribunal Popular, que julgava os demais crimes.
Nesse período, toda a economia foi nacionalizada e o estado ficou cada vez mais inchado e burocrático, sem conseguir cuidar da sociedade de maneira eficaz nos aspectos sociais e econômicos.
Apesar do poder central estar no Partido Comunista, ainda havia outros partidos e facções de esquerda e de direita que se enfrentavam arduamente numa guerra civil russa que só teve fim em outubro de 1922.
Além disso, em 1920, Lenin ordenou que os bolcheviques se revoltassem e tomassem o poder onde estivessem. Isso gerou grandes conflitos pela Europa, principalmente na Alemanha, onde os comunistas travaram disputadas com nacionalistas extremistas.
Terra para todos?
Para reorganizar e redistribuir as terras como Lenin pretendia, ele criou um decreto que retirava as terras dos proprietários rurais e da igreja, fazendo a redistribuição para o povo, mas de maneira desorganizada e violenta.
Famílias dos centros urbanos foram expulsas e mandadas para o campo, onde receberam terras e tinham a obrigação de cultivar, entretanto, não tinham conhecimento para isso. Por isso, eram acusados de traição ao governo e iam presos.
A ida para o campo prejudicou também a produção industrial e agrícola, pois os trabalhadores das fábricas já não operavam mais lá, e os camponeses foram presos por possuir terras (ou seja, propriedade privada).
Toda essa falha causou grandes problemas, e o mais cruel deles era a fome. Lenin, então, teve a ideia de mandar recolher as comidas armazenadas nas cidades para redistribui-las, o que foi mais um plano infeliz.
Por questões de logística, a comida não chegava para os mais necessitados. Assim, além de não resolver o problema da escassez nos lugares que já sofriam com isso, ele provocou a fome nas regiões que ainda não enfrentavam esse problema.
O fim de Vladimir Lenin
Em 1922, Lenin teve seu primeiro AVC, e com o passar do tempo foi ficando cada vez mais debilitado. Ao mesmo tempo, Stálin foi se apoderando de tudo que Lenin não conseguia mais cuidar.
Um fato curioso é que em seu testamento, Lenin pediu para que Stálin fosse afastado do governo, pois o achava brutal e severo demais.
E em 1924, aos 53 anos, Lenin faleceu deixando como legado um dos regimes mais autoritários e violentos da humanidade.
Ufa! Acho que agora você já sabe tudo sobre Lenin, seu governo e a Revolução Russa, né? Conta pra gente nos comentários o que você achou!
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